Eu não costumo me desesperar com uma derrota isolada. Mas o que vimos em Bahia 2 x 1 São Paulo não foi só um tropeço. Foi um espelho. Um retrato fiel do que o nosso Tricolor tem mostrado no Brasileirão 2025: um time acanhado, perdido, conformado, e o pior, cada vez mais distante da sua grandeza.
Na Fonte Nova, vimos um São Paulo medroso. Jogando para não perder, e perdendo mesmo assim. A entrega individual de alguns até existe, mas a postura coletiva é de quem não se reconhece em campo. É duro dizer isso, mas hoje somos um time que vive de lampejos em copas e se arrasta no campeonato de pontos corridos.
🧩 Libertadores e Copa do Brasil são uma coisa. O Brasileirão é outra história…
Na Libertadores? Classificados.
Na Copa do Brasil? Nas oitavas.
Mas no Brasileirão… somos o 19º em vitórias e temos o 4º pior ataque da competição. Isso não é má fase. É tendência. É padrão. É perigoso.
Sabe o que mais preocupa? A repetição dos mesmos erros. Zubeldía estava suspenso, sim. Mas o time em campo é moldado nos treinos e nas decisões da comissão durante a semana. E se o banco não age quando o time sangra, o técnico também é responsável.
A dobra de laterais, a insistência em improvisar o que já deu errado, a lentidão nas substituições… tudo isso vem custando pontos. E pontos perdidos agora viram desespero lá na frente.
🔁 Substituições tardias e desconexas
Contra o Bahia, Wendell não entrou em campo – ele caiu. E demoraram para perceber isso. Quando saiu para a entrada de Lucca, o time até respirou. Mas depois veio uma troca inexplicável: Cédric por Ferraresi, que recuou o time justamente quando precisávamos ir para cima.
É esse tipo de indecisão que alimenta uma campanha fraca. É um São Paulo que joga com medo de levar o segundo ao invés de coragem para buscar o empate.
⚠️ Números que envergonham
Senta aí e respira fundo:
- 19º em vitórias na Série A
- 19º em finalizações totais
- 18º em chutes certos ao gol
- 18º em escanteios a favor
Quer mais? Apenas duas vitórias em 11 jogos, nove gols marcados, e 12 pontos somados. O que isso quer dizer? Que se a gente não abrir o olho, vamos olhar para a tabela e ver o Z-4 mais perto do que imaginamos.
🎯 Rafael e Luciano: ilhas de lucidez num mar de apatia
Dá pra contar nos dedos quem se salva. Rafael, nosso goleiro, é o único que atuou em todos os jogos do campeonato. É regular, é firme e, mais do que isso, tenta apagar incêndio com baldinho. E isso, convenhamos, não é justo com ele.
Luciano também foi bem. Chamou o jogo, buscou, brigou e ainda fez o gol de honra de pênalti. Mas ele sozinho não resolve. Porque o problema do São Paulo é de sistema, não de esforço.
📉 Uma pausa que chega em boa hora
Temos agora o Vasco pela frente, no Morumbis, no dia 12 de junho. É o último jogo antes da parada para a Copa do Mundo de Clubes. E talvez seja o jogo que define se vamos respirar ou sufocar durante esse hiato.
A torcida está no limite da paciência. Porque ver o São Paulo brilhar em noites de Libertadores e tropeçar contra times que antes respeitavam o nosso nome é um paradoxo cruel.
🔚 Conclusão de torcedor
Temos elenco. Temos história. Temos torcida. Mas não temos padrão, nem fome de Brasileirão. E isso, meus amigos, é inaceitável.
Se quiserem mesmo mudar o destino dessa campanha, que comecem agora. Porque depois da pausa, o buraco pode ser mais fundo. E a camisa, por maior que seja, não entra em campo sozinha.