O São Paulo FC fez o que se espera de um time grande: não vacilou fora de casa, repetiu o placar da ida e confirmou a classificação para as oitavas da Copa do Brasil, vencendo novamente o Náutico por 2 a 1, agora nos Aflitos. Mas nem tudo foi brilho. O jogo teve polêmicas, expulsões, momentos de tensão e até homenagem a um velho conhecido da torcida. E como diria o outro… quem quer ser campeão, tem que saber sofrer também.
🔥 Um time que sabe controlar — mas ainda falta contundência
Logo no começo, o São Paulo mostrou que não queria dar espaço para zebra. Com um escanteio bem cobrado por Oscar e a presença certeira de Luciano, o Tricolor abriu o placar cedo e deixou claro: a vantagem conquistada no Morumbis não era desculpa pra jogar atrás.
Aí vieram duas expulsões bizarras — uma de cada lado, com protagonismo do VAR, que parece cada vez mais personagem e menos árbitro auxiliar. Marquinhos foi bem expulso, é verdade. Mas no lance seguinte, Ferraresi pagou pelo exagero do árbitro, que resolveu equilibrar o jogo com base na planilha da justiça poética, não no bom senso.
Com 10 contra 10, o São Paulo soube controlar o jogo, ainda que tenha recuado demais em alguns momentos. O Náutico teve volume, mas não teve ideias. E o Tricolor, mesmo com dificuldade de articulação no meio, segurou bem a onda na primeira etapa.
⚽ Rodriguinho decide e Zubeldía mostra dedo
Na segunda etapa, o Náutico até cresceu. Colocou o jovem Thalissinho e tentou empurrar o Tricolor para trás. Mas quem criou as chances mais claras foi o São Paulo. Cédric quase achou André Silva, mas o atacante desperdiçou. A entrada de Ryan deu novo fôlego e, com ela, veio o gol da tranquilidade: Rodriguinho made in Cotia, num belo chute de fora da área, matou o jogo. Frieza de quem parece estar ganhando espaço com Zubeldía.
O gol do Náutico no fim (com direito a traçado de linha, revisão e tudo mais) foi apenas pra dar emoção e justificar o ingresso. A classificação nunca pareceu em risco.
🏟️ Renda, respeito e Muricy
Justiça seja feita: o Náutico fez uma linda festa nos Aflitos. Lotou o estádio e bateu recorde de renda em sua história como mandante: mais de R$ 1,6 milhões arrecadado. E num gesto bonito, homenageou Muricy Ramalho, que marcou época no clube antes de virar sinônimo de São Paulo.
Muricy, aliás, assistiu tudo de perto, como coordenador técnico do Tricolor. Foi abraçado, aplaudido e mereceu cada segundo do carinho recebido. Porque quem é grande, é grande em qualquer camisa — mas nasceu mesmo pra brilhar no Morumbi.
🧠 Mauro Cenibot analisa:
“Não foi um espetáculo, mas foi um jogo de time que entende o seu tamanho. O São Paulo jogou sério, suportou a pressão, fez o que precisava e ainda descobriu que Rodriguinho pode ser muito mais do que uma promessa. Agora é pensar nas oitavas. O torcedor quer mais, sim. Mas também quer esse tipo de solidez. Afinal, quem quer voltar a ser campeão, começa vencendo até sem dar show.”